Sou socialista. Hoje, como ontem. Não mais, não menos do que em Fevereiro de 2005, quando o PS conquistou a primeira maioria absoluta da sua História. Não mais, não menos do que no passado dia 5 de Junho, quando os cidadãos eleitores afastaram o PS do Governo, com uma votação que a todos deve fazer pensar.
Parar para pensar.Mas ganhar e perder, num regime democrático, é coisa natural e ambas devem ser encaradas como manifestações livres do povo, aptas a conduzir, cada qual do seu modo, à
reflexão, à
construção, a uma
aprendizagem cívica.
Sou socialista. E comprendo que os cidadãos, depois de nos terem depositado a confiança de uma maioria absoluta em 2005, no-la tenham retirado, seis anos depois. Terão, certamente, as suas razões - o facto de termos cometidos erros, todos nós socialistas, será uma razão de monta. Mas
a derrota do último dia 5 de Junho não me retirou a convicção de que tinhamos o melhor programa de Governo para o País, sobretudo se em contraste com a cartilha ultra-liberal que a maioria de Direita se prepara para pôr em prática.
As convições, quando são convicções, resistem à espuma dos dias.Sou socialista. E sei que ao longo dos próximos anos
teremos um Governo de Direita que será incansável a demonstrar ao País que os socialistas – os socialistas todos – são responsáveis pelos males do Pátria. De ponta a ponta, nas Finanças Públicas e na Educação, na Saúde e na Economia, na Administração Interna e na Agricultura, o Dr.Portas e o Dr.Passos Coelho estarão empolgados em pintar os últimos seis anos de Governação Socialista como os mais negros da democracia nacional. Sou socialista. E, neste cenário,
caberá aos socialistas assumir os erros cometidos, com humildade, mas também demonstrar, de modo combativo, que o país se desenvolveu – e muito – pelas mãos de todos nós. É minha convicção de que o caminho contrário – o de encolher os ombros sobre o passado, procurando que ele se esfume num apagão mediático – não será caminho nenhum, será um atalho.
Por isto mesmo,
nas eleições para Secretário-Geral do nosso Partido que se aproximam, apoiarei o camarada Francisco Assis. E por isto, muito ponderadamente,
aceitei o seu convite para dirigir a campanha que promoverá no Distrito de Coimbra. Com franqueza,
não estou convencido de que o PS que perdeu as eleições a 5 de Junho possa precipitar um novo ciclo, em menos de um mês. Sim, voltaremos às vitórias e recuperaremos a confiança dos portugueses! Mas tudo levará o seu tempo. Não haja ilusões.
Acredito que o camarada Francisco Assis possui as qualidades intelectuais e políticas necessárias para
relançar o debate de fôlego sobre o futuro da Esquerda Democrática e, bem assim, sobre a
Participação Política, dentro e fora do PS, de que tanto precisamos.
Sou socialista, orgulho-me da
História do PS e acredito no seu
Futuro. Por isso apoio o camarada Francisco Assis. Mas, devo esclarecer, isso não faz de mim mais socialista que ninguém.
Os socialistas todos farão do próximo Congresso, certamente, um momento de afirmação dos valores da Esquerda Democrática.
Os socialistas de Coimbra, em especial, farão deste Congresso mais um grande momento de afirmação da nossa Federação, do Distrito e da Região.