17.3.12

Porque não sou candidato

No momento em que é conhecida a recandidatura do actual Presidente da Concelhia do PS Coimbra à liderança daquela estrutura, venho sendo abordado por vários camaradas e por alguma comunicação social, quanto à possibilidade de, conforme sucedeu há dois anos, renovar uma candidatura própria. Desde logo adiantei que trataria de reflectir sobre o assunto com aqueles que me têm acompanhado, e que, no momento oportuno, tomaria uma posição. Chegou, pois, esse momento.

O que tenho para vos dizer (depois de o ter dito no local próprio, que é a Comissão Política) é que não serei candidato no próximo acto eleitoral. Sendo esta a minha decisão final, tomada em consciência e fundada em duas razões principais.

Em primeiro lugar, entendo que, neste momento, devo dar prioridade à consolidação da minha vida profissional. Não que considere, como consideram alguns, que a política não possa (ou não deva) ser uma actividade a tempo inteiro. Pelo contrário, poucas actividades humanas serão tão complexas e tão nobres, ao ponto de merecer esse grau de dedicação. Porém, a política profissional e a tempo inteiro, exercida com liberdade, implica uma total independência de interesses financeiros.

Neste sentido, a prioridade que dou, agora, à minha vida profissional, é um compromisso pessoal e familiar mas é, igualmente, um compromisso com a política livre, sem peias e em nome do interesse público.

Em segundo lugar, estou absolutamente convencido de que o PS tem uma oportunidade única para vencer as próximas eleições autárquicas em Coimbra e, em pouco mais de um ano, ninguém poderá, em sã consciência, arrogar-se a capacidade de empreender tal tarefa. Assim, é meu entendimento que a actual Concelhia deverá desenvolver, até às próximas autárquicas, a missão em que foi investida desde há dois anos e cuidar de devolver a governação da cidade ao Partido Socialista. O PS não terá em mim um obstáculo, mas, antes e sempre, um aliado.

Mais uma vez, renovo a minha disponibilidade para participar activamente na vida política, em nome dos valores da esquerda democrática e da minha cidade de sempre: Coimbra.