13.7.10

Começo de conversa


Em Outubro próximo, teremos eleições para a Federação de Coimbra do Partido Socialista. Victor Baptista candidata-se a um quarto mandato, fazendo-o, mais uma vez, pela “última vez”. E enfrenta a recandidatura de Mário Ruivo, este agora na expectativa de converter em vitória o resultado de há dois anos, que se cifrava já em quarenta por cento dos votos expressos. Estarei ao seu lado, como há dois anos e esta é, para todos os efeitos, a minha declaração de interesses. Formal e definitiva.

Se há coisa que me incomoda na política são aquelas pessoas que “não fecham portas”, na ilusão de que, por essa via, as abrem a todas; os que ficam nas meias palavras, ou nas meias tintas, à espera para ver no que dá. Piores mesmo, só os que são capazes de defender tudo e o seu contrário, dependendo das estações do ano, conforme (o que lhes) calha. Os tempos, na política em geral, no PS em particular e em Coimbra, muito especialmente, reclamam clareza, convicção, seriedade e coerência. Tudo o mais concorre apenas para o pântano de que desgraçadamente tentamos escapar, vai para uns anos valentes.

Nada que impeça, porém, a cortesia, a simples educação, no decurso da campanha. E nada que iniba o debate de ideias, de boas ideias, suficientemente explícito para sugerir aos militantes caminhos distintos, que valham o sufrágio. Até porque, aliás, uma coisa não vive sem a outra.

A banalidade programática mascara-se, habitualmente, pela vulgaridade das campanhas. E a “madeirização” da política não deixa espaço, até mediático, para grandes debates.

Depois das eleições de Outubro, era bom que a Federação do PS Coimbra passasse a ser vista como um espaço de urbanidade política, onde a divergência fosse uma fonte de coesão, ao invés de ser factor de um belicoso conflito; era bom que se lançassem as bases de uma nova praxis partidária, assente no mérito, na competência e na defesa do interesse comum; era bom, para não dizer óptimo, que o PS Coimbra passasse a ser contribuinte líquido de um Distrito que se afirme pelos bons exemplos. Esse será, já, um bom começo de conversa.