31.8.09

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(...)É verdade que o PS e o PSD estão unidos de facto, há muitos anos, naquilo a que se vem chamando o arco da governação. Simplesmente, se querem governar juntos, que se apresentem juntos a votos. É aqui que discordo do cabeça-de-lista do PSD pelo círculo de Coimbra, quando não exclui cenários de coligação: os resultados eleitorais não são meros ingredientes que permitam todos os temperos, em todos os cozinhados. E julgo que iguarias tipo “sardinha assada com café com leite” são dispensáveis à mesa de qualquer português médio.(...)

Amanhã, no JN.

29.8.09

Etnografia das campanhas

Ainda sobre a campanha autárquica em Coimbra, mais uma crónica em cheio do Chico.

Eu próprio já aflorei o assunto aqui.

28.8.09

AlvaroSeco2009



O candidato do PS à Câmara de Coimbra é um académico notável, sério e com uma serena capacidade de trabalho. Inspira-me confiança e é uma excelente notícia para a cidade.

Os primeiros passos da campanha estão já online em http://www.alvaroseco2009.com

Dito isto, a organização e coesão dos socialistas, a generosidade do seu envolvimento na campanha e a inteligência dos conimbricenses farão o resto.

A análise dos últimos anos, AQUI, sugere que Coimbra merece melhor.

25.8.09

Encarnação, a solo


O dr. Encarnação apresenta-se, a solo, nestas eleições. Cansou-se de partilhar palco com o seu habitual conjunto e como, em regra, todos os vocalistas, acha que o êxito se lhe deve, mais do que àqueles que obsequiosamente o acompanham. Os instrumentistas são, na opinião de alguns, instrumentais, mas o vocalista - então se for romântico! - não se muda.

Além do dr. Encarnação, outros vocalistas seguiram pelo mesmo caminho. Mas devo adiantar que, para seu infortúnio (às vezes para sorte nossa, diga-se) as respectivas carreiras a solo acabaram por redundar em fracasso. Com gradações diferentes, é certo: o McCartney, depois dos Beatles, por exemplo, não foi tão grave como o Melão depois dos Excesso, mas este último, ao menos, não se pode queixar de falta de aviso. “Melão, por amor” podia bem ter sido o nome do seu primeiro álbum a solo. Mas não foi: foi “Coração de Melão”(!) o que não é muito diferente e, já na altura, não augurava nada de bom.

Comparações à parte, que a personalidade grave do dr. Encarnação não consente o jogo de cintura do Melão, nem tão pouco os agudos do Paul McCartney, a verdade é que, com excepção da quota do CDS/PP, foram todos corridos, corridinhos, os vereadores do dr. Encarnação. Cuspidos como caroços comuns ou requintadamente subtraídos pela empregada da Carolina Patrocínio, pouco importa. Não estão lá. Não poderão ser julgados pelos conimbricenses. Para o bem e para o mal. E eu não me conformo com isso.

Claro que as minha reservas se justificariam mais numa democracia em que as listas – exceptuando a opinião e interesse dos galardoados – não fossem meramente ornamentais. Mas a verdade é que, normalmente, são-no e, nisso, acabam por ser diferentes dos “conjuntos musicais” (adoro esta expressão!). Pelo menos dos bons.

Ao contrário do que alguns vocalistas possam pensar, ninguém concebe o Hey Jude sem aquela batida solta do Ringo Starr, ninguém recordaria o Sweet Child of Mine sem aquele riff de guitarra do Slash ou o Under Pressure sem aquela nervosa linha de baixo do John Deacon. E embora haja muito quem dispense os latidos do Melão, em êxitos como o “Eu sou aquele” há, consabidamente, quem se deleite com eles.

Enfim, seja como for. Está nas bancas o novo trabalho a solo de Carlos Encarnação –“Coimbra, por Amor” – e promete animar as pistas, pelo menos até ao Outono.

19.8.09

Cheeseburgers sem queijo



Penso em Oeiras, no dr. Isaltino, mas dispenso-me de proclamar a um só tempo a presunção de inocência e as vantagens de um candidato insuspeito. Tenho genuíno gosto em dispensar essas acrobacias para quem, ao contrário de mim, goste de cheeseburgers sem queijo. E, com franqueza, não vejo aonde nos leva uma discussão que, nos momentos mais inspirados, mede a probidade dos candidatos arguidos pelo momento processual em que esse estatuto se determina. Uma concepção anfíbia, delirante, com arguidos de primeira, segunda e terceira categoria, sucessivamente menos dignos e, claro, presumivelmente menos inocentes.

Para além de dar um novo fôlego ao dr. Marques Mendes, de o apresentar como ficcionado guardião da ética republicana, não vejo qualquer serventia neste caminho. Sobretudo porque não é um caminho, é um atalho. Em rigor, não sei se devemos começar pelo estado miserável a que chegou a política partidária em Portugal. Mas tenho a certeza de que devemos passar, frequentemente, por aí.

É que o problema maior do regime não é a suspeição ou, sequer, a condenação de políticos pelos crimes que hajam cometido a bem da República. Quando muito, essas serão consequências da hipocrisia do Estado perante o financiamento partidário; reflexo de um jeito especial dos partidos para fazer campear malfeitorias.

Passe o heroísmo do dr. Marques Mendes e, diria eu, o povo sério anda todo a leste da política. O bom povo prefere deixar a política “para os políticos” e ocupar-se antes de presumir – muito, pouco ou assim-assim – a inocência dos arguidos.

É por isso que não deposito grande esperança nos resultados eleitorais de Oeiras. Menos ainda nas sentenças que a justiça há-de ler, lá nas suas subidas alturas. O Inverno anuncia-se rigoroso e punir o dr. Isaltino será, na melhor hipótese, um aconchego fugaz.

11.8.09

Close-up



Andei uns tempos a defender que o debate político, em Coimbra, andava descentrado. Esses tempos corresponderam, grosso modo, ao zénite de estimulantes especulações sobre quem protagonizaria as próximas eleições autárquicas, quer do lado do PSD – sem grandes surpresas a esperar –, quer do lado do PS, onde a questão maior era, pelo contrário, a de saber quando deixaria de nos surpreender a todos. Em contratempo, lá fui dizendo que aguardava as propostas políticas de cada um, mais do que o close-up das prima-donas em concurso.

Houve, nesses meses venturosos, quem se apressasse a interpretar as minhas reservas como parte de uma elaborada estratégia mata-borrão. E devo dizer que não censuro essas leituras – nos tempos que correm, é mais fácil associar a defesa de ideias justas à perfídia do que à simples decência. Mas agora que os candidatos estão convenientemente chapados, em oito por três, do Choupal até à Lapa, repito a ousadia de achar que eles devem ter ideias. E, mais propriamente, que essas ideias devem ter expressão nas campanhas respectivas.

Isto porque (e observem-se os outdoors) além de nos informarem sobre a afeição de cada um ao amor, à ambição e ao trabalho – valores que, de modo algum, pretendo subestimar – as campanhas tardam a passar disso mesmo. E desde logo porque nenhum dos valores em jogo me parece inconciliável ao ponto de excluir reciprocamente algum deles. Mais: um presidente ambicioso, trabalhador e romântico, uma síntese sublime entre o Eng. Belmiro de Azevedo, a Carochinha e o Tony de Matos, nem anda longe do que para mim seria, em sonhos selvagens (tradução apócrifa de wildest dreams, entenda-se) um autarca modelo.

Não creio, porém, que Coimbra se possa sujeitar a mais uma campanha de calendário, penosamente cumprida entre as férias de Verão, a água-pé e o S. Martinho. Não sem saber, por exemplo, se queremos atrair investimento e indústria (sim!) para gerar emprego ou se vamos continuar sequestrados por complexos residuais perigosos e deslumbrados com o potencial onírico de um par de spin-offs; sem saber, já agora, se queremos envelhecer até às cinzas ou se abandonamos uma paroquial subjugação aos serviços públicos, à universidade e aos hospitais, que exclui, selectivamente, os mais novos.

Escrevo a partir de Tavira e, em quinhentos quilómetros de estrada, apreciei a passarela de candidatos autárquicos a que, com ternura, vimos chamando festa da democracia. E ocorre-me que no ano passado fiz o mesmo caminho, sem festa, para chegar, afinal, ao mesmo sítio.

4.8.09

PS procura Coimbra para relacionamento sério



O dr. Encarnação é um homem romântico. Não precisava sequer de se nos dirigir com amor, como faz nos seus outdoors de campanha, para que o pudéssemos reconhecer. O ainda presidente da câmara de Coimbra não é apenas o sujeito que se nos arreganha por tudo quanto é rotunda da cidade. Vai para 8 anos que nos comove, é justo dizê-lo.

Porque todo o mandato do dr. Encarnação foi cumprido, sublinhe-se, sob o signo do romance.

Foi primeiro o romance com a Académica e com a TBZ. Diga-se, aliás, um caso de resistência singular, atendendo a que, pelo menos aparentemente, não se tratava de uma relação amorosa convencional. E lá porque se quebrou com espavento, não é justo obnubilar a relativa longevidade deste triângulo amoroso. Como é obrigatório dizer-se que, pelo menos durante algum tempo, todos saíram a ganhar. Todos os três, entenda-se.

A propósito, e também a crédito do romantismo do senhor presidente, recorde-se o longo passeio pelos Jardins do Mondego que o dr. Encarnação nos proporcionou. Arriscando o palpite sem estatísticas no bolso, creio que se falou mais dos Jardins do Mondego, nos últimos cinco anos, do que do Botânico e da Sereia, em conjunto, nos últimos dez. Se não contarmos com a Torre da Universidade, nunca de um oitavo andar se tinha visto tanto e tão bem sobre a nossa encantadora cidade.

Como as grandes paixões da história, também esta que floresceu nos Jardins do Mondego terminou, demolidora. Mas creio que nem por isso o seu fogo deixará crepitar no coração do povo.

Os amores do dr. Encarnação, onde cabem a Académica, a TBZ e os Jardins do Mondego; como cabem, ainda, o engenheiro Pina Prata, o também engenheiro José Eduardo Simões, ou mesmo os drs. Nuno Freitas e Teresa Violante, dizem muito do coração grande que ele é. Grande mas adolescente. Irresponsável e perdulário. De nenúfar em nenúfar, tudo o que o dr. Encarnação vem fazendo por Coimbra é sujeitá-la às inconstâncias românticas - frequentemente, aos disparates - de quem não sabe o que quer.

Coimbra é hoje um jovem senhora, amarfanhada pelas investidas de um Casanova juvenil. Precisa, como nunca, de quem lhe prometa um amor perene; um amor com futuro. Que lhe beije os filhos e que lhe cuide dos netos. “Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”, como nos filmes de amor à antiga. E o PS, que se apresenta com um candidato invulgarmente preparado e amadurecido, parece que, finalmente, procura Coimbra para um relacionamento sério.

(Nota do autor: a parte final do artigo lê-se melhor com Bossa Nova ao fundo)

3.8.09

Missão cumprida


Paulo Valério despediu-se do Governo Civil


Diário "As Beiras"
Patrícia Cruz Almeida

Aos 29 anos, Paulo Valério decidiu dedicar-se ao percurso profissional, depois de quatro anos como adjunto do governador civil. Ontem, foi dia de “alguma nostalgia”.


Ler mais, aqui.