Num artigo publicado, há meses atrás, no JN, defendi que os movimentos cívicos, "independentes" dos partidos - anti-partidários até - tenderiam a avançar para uma "institucionalização" para-partidária, senão mesmo partidária, apta a reproduzir todos os males do "aparelho". Nesse caso, transformar-se-iam, eles próprios, no objecto das suas críticas.
Quis com isso dizer que a qualidade do sistema não depende tanto dos modelos institucionais - que no actual quadro constitucional, sempre tendem a convergir - como depende da ética individual dos seus protagonistas, o que, apesar das mistificações, não se consegue por mera declamação de princípios, para português ver.
A última edição do Expresso, parece vir dar-me razão.